quinta-feira, 31 de julho de 2008

Fruição.

Penso em repetir meu pior erro.
Longas pernas, longas pernas...
Elixir da juventude.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Re-senha

A Leandra se expôs demais naquela merda de filme. Espero que a grana tenha sido boa.

Amor da mulher pobre, e, por isso, independente.

- Ele carregou minhas compras. E disse que me ama.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

prótocogumelo

preciso dar um jeito de crescer no meio de toda esta bosta.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

jedorlum

estado córporeo de zonzeira,
resultado de duas ampolas no oco
faz mágica nestas janelas virtuais:

objetos travam para sempre,
outros se esvaem,
sem que alguma tecla seja pressionada.

magia terceiro-mileniana.

jedorlum filho do aespaço,
tua mãe é inépoca.
inexistes randômicamente
neste ciberinuniverso.

(ainda bem que eu coiso).



sábado, 19 de julho de 2008

Conto sem adjetivo

Da preguiça.


Aquele era o dia de não querer nada. Tinha que fazer exame de sangue, e, até para isso, preferiu pegar um táxi a encarar um ônibus até seis pontos abaixo na avenida do bairro.
Não tomou banho. Pediu para a atendente do laboratório duas porções a mais de biscoito, ao tomar o café-com-leite. Nem tinha se dado conta de que até seu sangue demorou mais para encher o tubo de ensaio do que nas outras vezes. As porções a mais de biscoito eram para não ter que mexer nos botões do fogão, conseguiu pensar. Na rua, pegou outro táxi, para pagar com um dinheiro que não era seu, que deveria devolvê-lo naquele dia mesmo.
Subiu as escadas, somente um lance e entrou em casa. Não quis olhar a janela. A ida à rua satisfez sua impaciência. Não quis livro. Não quis TV. Apenas estatelou o olhar na sanca do teto. Quando escureceu, desabotoou o jeans, puxou a coberta, virou de lado e dormiu.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Um menino me pediu um dinheiro.


Um menino me pediu um dinheiro. Me chamou de tia, estava colado ao meu corpo, assim, pela esquerda, meio atrás, pronto para me enfiar uma gilete e cortar meu ureter. Me pediu dinheiro quando eu acabava de colocar o celular na bolsa. Dei mole. Como fui falar ao celular andando na rua de noite? Eu falei pra ele, com voz de malandra agulha: - Qual é, amigo? Eu não tenho dinheiro não. Se eu tivesse, não tava andando na rua, tava andando de carro pra polícia atirar em mim.
- Pros bandidos, né, tia?
- Bandido, polícia... Não é a mesma coisa?
- Né, não, tia. Foi mal ter pedido dinheiro. Desculpa aí.
Queria ter tido tempo de perguntar pra ele porque polícia é diferente de bandido. O que será que ele, morador do Salgueiro, Formiga ou Borel, sabe sobre a polícia que eu não sei?
O que eu sei, que eu soube na última semana, é que ali, na esquina da minha rua, a polícia metralhou um carro com insul-filme e assassinou um menino de três anos. A polícia executou a integridade de uma família. Foi em frente ao prédio da minha amiga. As imagens veiculadas na TV foram do circuito interno do prédio dela. Ela ouviu tudo, os tiros metralhados, os gritos de desespero daquela mãe que teve parte de sua vida usurpada.
Minha amiga mora em um prédio de classe média. E ela, assombrada com o que aconteceu, fez reflexões acerca da proximidade da violência. Acerca do fato de a violência ter invadido as grades altas da entrada do prédio, a ponto de fazê-la imaginar que os gritos daquela mãe vilipendiada vinham de dentro dos corredores de seu prédio. A ponto de fazê-la pensar em como a violência roubou a paz do seu lar, lar que foi comprado com sacrifício, com economias vindas de trabalho árduo e com dinheiro emprestado pela avó. E foi a polícia que roubou aquela paz.
Eu e ela ao telefone, falamos que se isso aconteceu em frente ao seu prédio de classe média, no asfalto, numa área em que existem direitos humanos e civis, pensamos em como a polícia age nas favelas, nos morros, na Baixada Fluminense, em lugares em que a pobreza e a necessidade habitam, em lugares em que lares são feitos de material encontrado em depósitos sanitários, em lugares em que o cidadão não tem direitos, não tem Acesso, não tem oportunidades. Em lugares em que seu lar é invadido pela vizinha para roubar o final do saco de arroz da sua prateleira.
Mas, em que estágio agem também os bandidos? Aquele menino que me pediu dinheiro, alguns dias após a tragédia acontecida, me fez enxergar que os bandidos estão em um nível diferente do que a polícia está. Eu, mesmo sendo contra qualquer tipo de repressão, mesmo tendo uma visão libertária em relação a qualquer controle por parte da sociedade e do Estado, agora penso no que aquele menino malandreado, que julguei que iria me furar e que me pediu desculpas, eu penso no que será que ele acha da polícia, para ter me esclarecido que polícia e bandido são diferentes.

domingo, 6 de julho de 2008

Holofotes

eu já goZto quando tem caminhão/ônibus com farol alto atrás de mim...


os espelhos direcionam o foco todo para mim, como na minha noite de autógrafos.

Essa mania

(Mart'nália e Moska)

Hoje o meu coração mudou
Já não sei porque vim, quem sou
Mas sinto e sou capaz
E o resto tanto faz
Foi só eu descansar
Junto ao pé de uma arvore que me acolheu
E depois me ocorreu
Vi que a vida que vivia em mim
Agora vive aqui nesse lugar
Em volta das sombras
Essa ilha é a reunião das infinitas direções
Que o vento traz com as ondas
E é quando me vejo a garimpar
As pedras, a montanha, o seu olhar
Essa mania, essa mania, essa mania
Essa mania de viver
Apesar de saber
Que nem tudo que eu quis eu pude conhecer
Nem deu pra mais prazer
Se cheguei até aqui
Bem no topo do vulcão, não posso mais descer
Mas tem como escorrer
Porque a natureza do amor
Esta contida na beleza e na surpresa das manhãs
Dias que parecem tão iguais
Mas de repente têm sinais de uma nova magia
Depois desse encontro singular
O Mato, o rum, o vinho, o mel e o mar
Essa menina, essa menina, essa menina
Essa menina vem me dizer
Essa mania, essa mania, essa mania
Essa mania de viver
Rest la maloya, Rest la maloya, Rest la maloya, Rest la maloya
Rest là-même

quarta-feira, 2 de julho de 2008

mea culpa, mea culpa

E se eu pisar numa mina da Colômbia? E se as muletas se fizerem passos novamente?
Quem vai querer abrir uma única perna minha? Quem vai cometer um crime delicado ao me comer sem afastar doce e selvagemente aquelas que poderiam, talvez, bloquear o amor?